segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

EU UM SAMARITANO?

O grande desafio para igreja no século XXI é o mesmo da Igreja do I século. O que faz a diferença na sociedade não é apenas o que se sabe da fé cristã, mas o que se pratica dela.
É exatamente o que faltou na prática da religião judaica na história do samaritano.

O GRANDE MANDAMENTO
Jesus foi abordado por um líder da religião judaica, que desejava saber o que fazer para herdar a vida eterna. Amar a Deus de todo coração, de toda alma, e de todas as forças e ao próximo como a ti mesmo foi a resposta de Jesus. O religioso querendo justifica-se fez mais uma pergunta: “QUEM É MEU PRÓXIMO?”
Jesus contou a respeito do assalto que um homem desconhecido sofrera. Os ladrões levaram todos os seus pertences; insatisfeitos com o roubo resolveram espancar a vítima até quase a morte. Descia pelo mesmo caminho do homem que fora assaltado um sacerdote.
O sacerdote era um líder da religião judaica, ele tinha o papel de mediador entre Deus e o homem, ele representava o homem diante de Deus. Era um excelente conhecedor da lei de Deus, responsável por levar os homens a receberem o perdão de Deus e saírem aliviados diante dos seus pecados. Era o único que tinha acesso à presença de Deus no templo.
O sacerdote viu o homem ferido, e com todo seu histórico sacerdotal, passou longe e deixou o homem ferido. Talvez aquele homem fosse um daqueles pecadores, que ele representara diante de Deus. Mas naquele momento o sacerdote entendia que aquele não era seu serviço, nem sua responsabilidade. Foi embora sem dar socorro ao homem ferido.
Descia pelo mesmo caminho um levita. Os levitas foram instituídos por Moisés para cuidarem do serviço do tabernáculo, foram colocados por Davi como responsáveis pelo serviço da música, da adoração, só eles ministravam diante do Senhor. Eram os músicos, tinham a responsabilidade de trazer a presença de Deus através da adoração.
Esse levita também poderia estar descendo de uma reunião de adoração, no templo, onde possivelmente tivesse ministrado adoração ao Senhor, para que sua presença se manifestasse na vida das pessoas, e provavelmente também na vida desse homem que estava ferido por onde ele passava. Mas o levita também passou longe do ferido, pois aquele serviço não era parte do ministério levítico, ele não poderia adorar a Deus naquele momento.
Passava também por ali um samaritano. Os samaritanos eram rivais dos judeus. Eles são resultado de uma mistura entre judeus e povos assírios em 722 a.C. Eles construíram um templo no monte Gerizim para rivalizar com o templo dos judeus em Jerusalém. Os judeus chamavam os samaritanos de cachorros, para eles e os samaritanos não tinham a religião verdadeira.
Jesus usou exatamente a figura de um homem desprezível para os judeus, sem religião para demonstrar a compaixão e o socorro ao necessitado. Jesus disse que ao contrário dos dois líderes religiosos judaico, o samaritano moveu-se de íntima compaixão, aproximou-se do homem, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite, colocou-o sobre seu animal e levou para uma pensão e cuidou do desconhecido. Deixou a conta paga e disse que se gastasse mais alguma coisa ele pagaria na volta.
Jesus perguntou: "qual dos três foi o próximo daquele homem". O que usou de misericórdia foi a resposta do religioso. A ordem de Jesus: Vai tu e faze o mesmo.
QUEM É NOSSO PRÓXIMO? O filósofo espanhol José Ortega Y Gasset disse: “Eu sou eu e minha circunstância, e só me salvo, se a salvo.”
A sociedade brasileira reclama de desigualdade social, da violência urbana, mas a maioria vive, como se vivesse sozinho no planeta. Parece que os recursos naturais, econômicos entre outros foram criados só para si, não se lembram que sua realidade é muito maior, a realidade de um brasileiro são os outros brasileiros e, se não os salvam, não se salva.
Pelo menos os cristãos e a igreja têm a responsabilidade de demonstrar compaixão para com os que sofrem, e amenizarem seu sofrimento. A vida cristã começa com a fé, vai pela a conversão, regeneração – santificação – as obras, o serviço estará completo quando elas estiverem acontecendo na vida de cada cristão. Nós já conhecemos o grande mandamento.
A Igreja tem uma chamado de Deus para esse grande mandamento, nós sabemos quem são nossos próximos, são aqueles que têm necessidades pertos de nós, o que precisamos fazer é:
Exercer o espírito do samaritano, socorrer o necessitado, se não socorremos todos os feridos e famintos, mas socorrermos os que estão próximo de nós serão alguns a menos sofrendo. Não se deve esperar recompensa humana. É preciso saber que a fé sem obras é morta. O Apóstolo Paulo pregoeiro da salvação pela fé – nos adverte que a salvação é acompanhada por aquilo que fazemos – Efésios 2.10. Tiago em sua carta diz que a fé sem obras não tem validade – Tiago 2.14-26
Finalmente é preciso lembrar que o Senhor Jesus recompensará os discípulos que transformarem a fé cristã em ação cristã. O Senhor recompensará os cristãos que não são omissos em suas responsabilidades cristãs e sociais – “porque tive fome e me deste de comer”.